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Engenheiro de projetos internacionais – Perfil Policêntrico

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São muitas as possibilidades de atuação como engenheiro, algumas delas ultrapassam as barreiras territoriais e culturais, e envolvem atuação conjunta com equipes de outros países, trabalhando em sinergia para um objetivo em comum, como é o caso do engenheiro de projetos internacionais.

Coordenar uma equipe com diferentes nacionalidades é um trabalho que necessita uma mudança de mindset e também um aprendizado sobre novas realidades, para, então, ser criado um plano estratégico que funcione em sintonia com profissionais de países distintos.

Para ilustrar o papel do engenheiro de projetos internacionais, realizamos uma pesquisa com as empresas associadas à VDI-Brasil com questões específicas sobre a área. Como resultado, faremos uma série de artigos com depoimentos de profissionais que atuam, ou já atuaram, nesses projetos, relatando suas experiências na prática.

A pesquisa foi baseada na diretriz VDI 6601. No documento são citados quatro perfis estratégicos de atuação, sendo eles: policêntrico, etnocêntrico, regiocêntrico e geocêntrico.

Neste primeiro texto, falaremos sobre o perfil policêntrico, que consiste no engenheiro local em posição chave, com o profissional trabalhando em seu país de origem para uma empresa de capital estrangeiro.

Marcelo Gessoli, coordenador de projetos na empresa química alemã Lanxess, compartilhou conosco os principais desafios e aprendizados de sua função no projeto em que coordenou para implantação de uma linha de ensaque automática com robô paletizador, com o objetivo de reduzir problemas ergonômicos.

 

Confira abaixo a entrevista na íntegra.

 

Quais são os principais desafios ao coordenar um time com profissionais de diferentes países?

R: Os principais desafios foram as diferenças culturais entre os profissionais durante todo o desenvolvimento do projeto. Desde o planejamento até o start-up houve profissionais de diversos países, como Brasil, Alemanha, Rússia, Polônia e outros. A diferença de horário também foi uma dificuldade para comunicação durante a fase de planejamento. As reuniões por videoconferência ajudaram, mas a transferência de informação era mais complexa e lenta. O idioma também foi um desafio, porém, menor, pois o inglês foi a língua para comunicação na maior parte do projeto

 

As diferenças culturais tem um grande impacto no projeto?

R: Sim. As diferenças culturais realmente têm um impacto muito grande ao projeto, desde questões de comunicação, hierarquia, pontualidade, ritmo de trabalho e muitos outros pontos. Acredito que o livro When Cultures Collide de Richard Lewis deveria ser obrigatório durante aulas de administração ou gerenciamento de projetos.

 

Quais são as características indispensáveis para um coordenador de projetos internacionais?

R: Acredito que a característica mais importante foi a flexibilidade ou a adaptabilidade, devido a algumas mudanças que ocorreram após a aprovação e no decorrer da implementação de projetos – o que é algo comum – a fim de potencializar os ganhos. A facilidade e a abertura para comunicação de toda a equipe, a persistência para sobressair aos inúmeros desafios do projeto e a empatia para fazer toda a equipe e os fornecedores entregarem valor no final são outras características indispensáveis.

 

Qual o principal aprendizado obtido neste tipo de projeto?

R: Os aprendizados são enormes, porém, difíceis de serem compartilhados. A interação com o pessoal de outros países e com culturas diferentes traz muitos benefícios pessoais e profissionais. Há um ganho muito grande quanto a questão de comportamento, pois é possível entender melhor como as outras pessoas pensam e agem com problemas. A forma de comunicação e interação também são pontos nos quais aprendemos bastante.

 

Na sua opinião, as universidades preparam os engenheiros para atuarem em times internacionais? O que pode ser melhorado nesse sentido?

R: Atualmente, não vejo que há uma preparação nas universidades para essa realidade de projetos internacionais. Essa, realmente, é uma questão para se aprender fazendo. Temos a questão do intercâmbio, mas a abrangência é muito baixa. Existem também competições globais entre universidades, em que há um problema e as instituições de diversos locais do mundo interagem para solucioná-lo. Acredito que poderia haver um ganho com misturas nessas oportunidades.

 

Em relação ao último assunto abordado, a VDI-Brasil reconhece a importância das experiências profissionais para os estudantes e por isso trabalha em ações para promover projetos de cooperação entre equipes de países diferentes, como o Connect #TeamVDI.

O Connect #TeamVDI fornece aos estudantes uma experiência prática com um resultado concreto, em que eles precisam coordenar em paralelo às suas outras atribuições, ficando responsáveis pela gestão do projeto e sendo cobrados pelos resultados. Assim como na atuação profissional, o projeto é realizado tanto presencialmente quanto à distância.

Saiba mais sobre o Connect #TeamVDI clicando aqui.

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