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Transformação digital no Brasil

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A PwC Brasil e a Fundação Dom Cabral (FDC) fizeram um levantamento com uma metodologia exclusiva para consolidar os diversos aspectos da transformação digital em um indicador inédito e mensurável: o Índice de Transformação Digital Brasil (ITDBr).

A edição de 2023 tem como objetivo medir o nível de maturidade digital das empresas em dez dimensões, a fim de promover a conscientização do momento atual das empresas e o debate sobre uma agenda propositiva de transformação digital, o que contribui para o avanço do tema de forma sistemática no Brasil.

A transformação digital é o caminho que as empresas buscam para integrar as tecnologias digitais em seus negócios, a fim de atender prioridades de seus planejamentos estratégicos, explorar novas oportunidades de mercado, aumentar a eficiência operacional, testar novos modelos de negócios, possibilidades de atuação ou resolução de problemas.

“Muitas organizações têm vinculado a agenda da transformação digital somente a avanços de tecnologias modernas. É preciso entender claramente qual é o problema do negócio, a disponibilidade para investimentos, a qualificação das equipes e o perfil do diretor digital. Mais importante ainda é criar uma disciplina para estabelecer processos digitais, alinhados com a alta liderança, demandas de clientes e novas habilidades das pessoas. A criação do índice da FDC com a PwC tem esse objetivo, isto é, trazer o devido entendimento para o mercado brasileiro sobre o que realmente é e não é digital, além de um hype usualmente propagado no mercado nacional”, explica Hugo Tadeu, Diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral.

Os setores analisados dentro do índice foram Varejo e Consumo; Saúde; Serviços Financeiros; Agronegócio; Construção Civil e Infraestrutura; Energia; Tecnologia da Informação; Automotivo; Produção Industrial; e Consultoria e Serviços. Foram realizadas questões objetivas, utilizando uma escala de 1 a 6.

Quase metade dos participantes faturam mais de R$1 bilhão por ano.

Maturidade ainda é baixa

De acordo com o estudo, a maturidade das empresas ainda é baixa para a transformação digital. O ITDBr médio das empresas participantes da pesquisa ficou em 3,3, pouco acima da metade da escala, que vai de 1 a 6.

As indústrias mais avançadas são as de Serviços financeiros (4,1), em que a alta competitividade do setor e regulamentação madura podem impulsionar um avanço mais acelerado, e a de Tecnologia de informação (3,8), diretamente relacionada a essa jornada.

A dimensão em que as empresas estão mais avançadas é a das decisões orientadas por dados (data-driven). Isso significa que elas estão mais adiantadas no uso de dados e análises para tomar decisões, em vez de baseá-las em intuições, percepções ou experiências pessoais.

Pode-se observar que a transformação digital vem sendo adotada pela maioria das organizações brasileiras de forma seletiva, por meio de pequenos investimentos.

Empresas de grande porte incorporam de forma mais abrangente a agenda de transformação digital em suas operações cotidianas, enquanto as menores tendem a adotar ações e soluções pontuais. Independentemente do tamanho, todas demonstram espaço significativo para melhorias em sua trajetória de digitalização.

57% das empresas que faturam abaixo de R$300 milhões são empresas seletivas, com resultados próximos entre otimizadoras (23%) e visionárias (20%). Já entre as que faturam acima de R$1 bilhão, a predominância também é de empresas seletivas (53%), ainda que as otimizadoras ganhem espaço (32%) e as visionárias permaneçam no menor grupo (13%).

O que precisa ser resolvido?

Na visão dos líderes que participaram da pesquisa, a incorporação da transformação digital nos projetos existentes e a estruturação de um processo claro de digitalização são as principais questões que as organizações precisam resolver para impulsionar a transformação digital.

Claramente, o principal obstáculo para o progresso na agenda da transformação digital ainda é a cultura. Os entrevistados também indicaram a existência de um baixo senso de urgência para a formação e contratação de competências digitais. Além disso, o ambiente para experimentação e agilidade tem avaliação baixa. A pouca experiência em projetos digitais (28%) e a falta de visão de um modelo de negócios (21%) são outros problemas importantes.

“Sem dúvidas, a economia está mudando a passos rápidos, mas o que não vai mudar é a necessidade de os negócios terem profissionais preparados e uma cultura organizacional que crie engajamento. Na era digital, as pessoas estão no centro, uma vez que são elas que te apoiam na transformação dos negócios e na entrega de sua estratégia. Além de profissionais capacitados, sua cultura também impulsiona as mudanças. Alguns traços culturais podem sufocar a inovação, que é parte essencial para a transformação digital”, relata Camila Cinquetti, sócia da PwC Brasil.

Maturity Scan

Como visto, promover a Indústria 4.0 vai além da perspectiva tecnológica e inclui toda a transformação organizacional e cultural das empresas, para que elas possam se tornar mais flexíveis e adaptáveis.

A Acatech, criadora do conceito Indústria 4.0 e conhecida como Academia de Ciência e Engenharia Alemã, desenvolveu um indicador de maturidade da Indústria 4.0.​ Ele é composto por 6 estágios de desenvolvimento, que possuem características próprias e se apoiam nas tecnologias e aplicações implementadas nos estágios anteriores. ​

O Centro de Maturidade 4.0 da universidade de Aachen, uma das mais conceituadas da Alemanha, desenvolveu, junto com a Acatech, uma ferramenta de Diagnóstico de Nível de Maturidade Digital, chamado Maturity Scan. A VDI-Brasil, Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha, atua como front-office do Centro de Aachen na distribuição do Maturity Scan no Brasil.

Entre em contato com a VDI, responda ao questionário gratuitamente e receba os resultados em um relatório da maturidade. Se você for um associado VDI, terá o benefício de uma reunião de feedback com especialistas da Alemanha e do Brasil, e poderá participar do grupo de discussão para benchmarking com outras empresas.

Saiba mais sobre essa iniciativa aqui.

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