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Taxa Selic em alta e consumo em baixa: quais são os caminhos para recuperação?

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Em 2025, o Brasil enfrenta um cenário desafiador para a indústria. A taxa básica de juros (Selic), mantida em patamares elevados nos últimos trimestres, tem sido apontada como um dos principais fatores para a desaceleração da produção industrial. A relação entre crédito caro e retração produtiva não é nova — mas se tornou mais crítica diante de uma economia que busca se reerguer após crises sucessivas.

Neste artigo, você confere uma análise sobre os setores mais impactados por esse ambiente de juros altos, como essas pressões se estendem às indústrias interligadas, e, principalmente, quais caminhos podem ser trilhados para reduzir os impactos desse cenário.

Continue a leitura a seguir.

Como a alta da taxa Selic afeta a indústria e o varejo no Brasil?

A elevação da taxa Selic tem gerado efeitos amplamente negativos sobre diversos segmentos da economia brasileira, com destaque para aqueles que dependem fortemente de crédito e financiamento. 

Entre os principais setores impactados, destacam-se:

1. Indústria de transformação: o aumento do custo do crédito faz com que empresários adiem investimentos essenciais em modernização, inovação e expansão da capacidade produtiva. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alerta que o custo financeiro embutido nos produtos industriais pode chegar a representar até 25% do preço final, o que compromete seriamente a competitividade do setor.

2. Varejo e comércio de bens duráveis: principalmente nas vendas de bens de consumo duráveis como eletrodomésticos e automóveis, cuja aquisição geralmente depende de financiamento. Em novembro de 2024, por exemplo, o volume vendido no varejo caiu 1,8%, refletindo o encarecimento do crédito e a retração do consumo – também segundo a CNI.

3. Setor de serviços: a queda de 0,9% na atividade de serviços em novembro de 2024 evidencia o enfraquecimento da demanda, afetada pela perda de confiança dos empresários e consumidores.

4. Construção civil e infraestrutura: projetos de infraestrutura e obras de médio e grande porte, geralmente dependentes de linhas de crédito de longo prazo, são postergados ou cancelados diante do encarecimento do financiamento. O setor perde dinamismo e deixa de gerar emprego e renda, afetando negativamente o crescimento econômico.

 03 possíveis caminhos para superar os altos juros e impulsionar a economia 

Diante do cenário de juros elevados, a busca por soluções para mitigar os impactos econômicos exige uma combinação de medidas nas esferas monetária, fiscal e industrial

A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) defende a implementação de uma reforma das contas públicas, focada na otimização dos gastos, como forma de reduzir vulnerabilidades internas e evitar pressões cambiais. Essa medida é considerada essencial para garantir a atuação mais eficiente do Estado na economia e para conter o avanço inflacionário sem recorrer exclusivamente ao aumento da Selic.

Além disso, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) reconhece o cenário atual de incerteza em relação à trajetória da dívida pública, mas reforça que o governo precisa construir um caminho estrutural para que a taxa Selic seja reduzida de forma perene nos próximos anos. Para isso, é importante que haja responsabilidade fiscal e maior controle do gasto público.

Por fim, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) sugere que o Comitê de Política Monetária (Copom) adote uma postura mais parcimoniosa, evitando prejudicar a produção, o consumo e os investimentos domésticos. A entidade destaca que o Brasil já possui uma das maiores taxas reais de juros do mundo e que, com a recente calibragem da Selic, torna-se ainda mais difícil fomentar o nível de investimento necessário para o país se manter competitivo internacionalmente.

Agir em conjunto para um crescimento sustentável

O ambiente de juros elevados representa, sem dúvida, um grande desafio para o setor industrial brasileiro em 2025. No entanto, a crise também pode ser uma oportunidade de repensar o modelo de crescimento, fortalecendo cadeias produtivas, promovendo inovação e ampliando a competitividade nacional. 

Superar esse momento exige coordenação entre governo, setor privado e instituições financeiras — com foco em medidas que priorizem o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Por meio de uma ação conjunta e estratégica será possível transformar os desafios atuais em trampolins para um futuro mais forte e resiliente para a economia brasileira.

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