(+55 11) 4210-4730 – Associação de Engenheiros Brasil – Alemanha

Biblioteca

Roda-viva do 12° Dia da Engenharia Brasil-Alemanha discute o futuro feminino na transformação digital

min de leitura

Segundo uma pesquisa realizada pela National Science Board em 2018, as mulheres representam menos de 30% da força de trabalho em ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Mesmo com a participação feminina crescendo na indústria nos últimos anos, os números ainda são baixos e mostram que há um caminho a ser percorrido para tornar esse universo mais igualitário.

Essa discussão foi tema da Roda-viva: Industry4her – Liderança feminina no futuro digital, que aconteceu durante o 12° Dia da Engenharia Brasil-Alemanha. Em sua primeira edição virtual o evento reuniu mais de 15 horas de conteúdo – ao vido e on demand – com foco em Indústria 4.0.

Para participar da discussão sobre o futuro feminino na transformação digital foram convidadas: Ana Claudia Oliveira, Vice-Presidente da VDI-Brasil e Vice-Presidente de Relações Humanas Brasil e Argentina da Continental; Bruna Arruda, professora do curso de Engenharia Mecatrônica do Insper; Juliana Victal, fundadora do canal Mulherada Empoderada; e Solange Sobral, Vice-Presidente de Operações da CI&T. A roda-viva foi moderada pela Vice-Presidente da VDI-Brasil e diretora associada da Accenture, Renate Fuchs.

Para dar início à roda-viva, Renate Fuchs falou sobre a repercussão do programa Industry4Her – iniciativa realizada pela VDI-Brasil para capacitar engenheiras motivadas a assumir posição de destaque no setor. Foram mais de 2 mil inscrições recebidas e mais de 450 cartas motivacionais que foram lidas pela equipe de jurados – composta por Vice-Presidentes da VDI-Brasil e especialistas convidados – que selecionaram 24 engenheiras para participar do programa.

A primeira edição do Industry4Her teve a duração de três meses. Neste período as engenheiras selecionadas receberam o desafio de desenvolver soluções inovadoras para disseminar o aprendizado obtido sobre Indústria 4.0 ao longo do programa para as mulheres que se inscreveram no início do projeto. Como resultado, as engenheiras criaram a assistente virtual Ella. A Ella foi disponibilizada para todas as engenheiras que se inscreveram na primeira edição do Industry4Her. Saiba mais sobre o Industry4Her.

A engenharia é uma área em que a presença masculina é majoritária, logo nas universidades já é possível notar que há uma disparidade entre os gêneros. Juliana Victal iniciou a discussão contando sobre o ambiente hostil que presenciou em seus primeiros meses de universidade. “No meu primeiro semestre de faculdade as pessoas falavam que eu não aguentaria mais que seis meses. Esse é um dos obstáculos que muitas mulheres encontram logo nos primeiros passos de sua carreira”.

Alinhado ao fato de que a participação feminina na engenharia é relativamente baixa, tanto nas universidades quanto em cargos de liderança na indústria, está a falta de referências femininas que motivem as estudantes e as recém-formadas. Para Bruna Arruda essa falta de referência torna a trajetória ainda mais complicada para as mulheres. “Eu fui a primeira mulher mestre em engenharia mecânica pela Universidade Estadual de Maringá, para isso eu tive que insistir e lutar. Esse pioneirismo é muito importante. Para a primeira é sempre mais difícil, mas quando você se identifica com alguém que já superou essa barreira você percebe que é possível”.

Promover a diversidade na indústria não é apenas uma questão ilustrativa, a cultura corporativa é uma das quatro áreas estruturais da Indústria 4.0 presentes no acatech Maturity Index. Sobre este ponto, Solange Sobral destacou como a inclusão é um passo importante para a transformação digital. “Basicamente, uma empresa é um conjunto de pessoas. Quanto mais diversidade de características, pensamentos e outros fatores compuserem esse ambiente, maior será a capacidade da empresa criar soluções inovadoras em sua área de atuação”.

É comum ver muitas empresas associando Indústria 4.0 com a adoção de novas tecnologias e desconsiderando que o conceito é mais abrangente e que a cultura tem um peso fundamental nesse sentido. Ana Claudia Oliveira finalizou a roda-viva pontuando a necessidade de representatividade nas empresas. “Indústria 4.0 é a era da automação, conectividade e digitalização, mas mais do que isso é uma era de inovação, de mudança de cultura. Não há como uma empresa resolver uma questão da sociedade sem ter pessoas que as representem ocupando os espaços de tomadas de decisão”.

 

Juliana Alves, engenheira que liderou o projeto de construção de um hospital modular recebe o 6° Prêmio VDI-Brasil

A 6ª edição do Prêmio VDI-Brasil: Destaque da Engenharia Brasil-Alemanha, um reconhecimento por ações inovadoras que contribuem para o fortalecimento da engenharia no Brasil, tal como para toda a sociedade, foi entregue para a engenheira química e gerente corporativa de projetos da Ambev, Juliana Fernandes Alves.

Juliana Alves liderou o projeto de construção de um hospital modular para tratar pacientes infectados pela Covid-19, na cidade da São Paulo. O projeto foi construído em um tempo consideravelmente curto. Desde a ideia até o início da operação do hospital, passaram-se apenas 36 dias. O prédio está localizado no anexo do Hospital Municipal M’Boi Mirim – Dr. Moysés Deutsch, gerido pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein em conjunto com a prefeitura.

“Foi um mês de trabalho muito intenso que tivemos que lidar com muitos desafios, mas que o resultado foi extremamente positivo. Para mim é uma honra receber esse prêmio e espero em breve poder encontrá-los pessoalmente” agradeceu Juliana Alves.

A cerimônia de premiação foi realizada pelo presidente da VDI-Brasil, Mauricio Muramoto, pela primeira vez em formato totalmente digital. “Ainda não temos um botão de teletransporte para enviar o prêmio, mas já providenciamos o envio pelos meios convencionais para que o troféu VDI chegasse a tempo. É com muita satisfação que entregamos esse prêmio a uma engenheira tão inovadora”. destacou Muramoto.

Para conferir na íntegra o conteúdo apresentado no 12° Dia da Engenharia Brasil-Alemanha, clique neste link e tenha acesso ao material completo. A página está disponível apenas para os associados. Acesse https://www.vdibrasil.com/associe-se-vdi/ e torne-se um membro do #teamVDI

Leia Também

Principais tendências tecnológicas estratégicas do Gartner para 2024

Ecodesign – pensar de forma sustentável de A a Z

As cortinas subaquáticas podem impedir o derretimento das geleiras?

Ferramentas de IA que ajudam no trabalho do engenheiro

Principais tendências tecnológicas estratégicas do Gartner para 2024

Ecodesign – pensar de forma sustentável de A a Z

As cortinas subaquáticas podem impedir o derretimento das geleiras?

Ferramentas de IA que ajudam no trabalho do engenheiro

Recuperar senha