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Metaverso e NFT podem ser usados de maneira estratégica por indústrias

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O metaverso surgiu com o objetivo de aproximar o mundo físico do digital. Tecnologias como blockchain e os tokens não fungíveis (NFTs) aceleram a implantação desse conceito, que promete um crescimento acelerado nos próximos anos.

A expectativa é de que o metaverso atinja 800 bilhões em valor de mercado até 2030. Já as transações de NTFs atingirão 40 mi até 2027. Essa grande possibilidade de crescimento tem relação com diversas marcas e instituições que estão aproveitando o metaverso para impulsionar o crescimento digital.

Como surgiu o metaverso

Apesar de o termo ter ficado conhecido com a mudança de nome do Facebook para Meta Platforms, em 2021, ele surgiu em 1992, no livro Snow Crash, de Neal Stephenson. A obra mostra essa junção da realidade com a ficção, em que um entregador de pizza na vida real é samurai no universo virtual “metaverso”.

Essa ideia também fez parte de muitos jogos, como Minecraft, Second Life, Roblox, Fortnite, entre outros, em que inúmeros jogadores se unem para socializar e recriar vidas paralelas.

O que é metaverso e NFT

O mundo da realidade virtual já existe há muito tempo nos jogos. A grande diferença no metaverso é que vira um mundo interoperável. Portanto, se antes, com um óculos, você tinha acesso a cada jogo de maneira isolada, a ideia do metaverso é um universo inteiro em conjunto, em que você consegue pular de um local para o outro.

O metaverso é uma nova camada que integra o mundo real ao digital, fazendo o uso de tecnologias como realidade virtual ou aumentada e até mesmo hologramas. Dessa forma, os usuários conseguem experiências mais reais, contribuindo para mais motivação e engajamento.

Os NFTs (tokes não fungíveis) são um tipo de ativo digital . Assim como as criptomoedas, eles fazem parte de uma blockchain. Mas o que os diferencia?

Um bitcoin é fungível, ou seja, ele não se diferencia. Já um NFT é um token único, que não consegue ser replicado. Inicialmente, ele surgiu por conta da arte digital, a fim de garantir a exclusividade e autenticidade dela. Hoje, já é bastante usado para outros casos, como fotos profissionais e bens colecionáveis físicos, por exemplo.

Além disso, são as NFTs que garantem a autenticidade das compras e transações no metaverso. É justamente por isso que eles estão intimamente ligados.

Dentro do metaverso você pode trabalhar, criando espaços de trabalho virtuais, pode socializar, criando avatares personalizados, jogar, com experiências totalmente imersivas, fazer compras e até mesmo participar de shows e outras formas de lazer no virtual.

 

Aplicações na educação, indústria e mais

Há inúmeras possibilidades de aplicações na indústria. Segundo Fernando Godoy, que atua na área de inovação e é membro do conselho administrativo e vice-presidente da VDI, além de fundador da Flex Interativa, da Cervejaria Leuven e mentor de várias startups, o mercado de educação tem um potencial enorme, pois permite simulações de ambientes e laboratórios, o que oferece ao aluno experiências reais.

“Há um grande problema em ferramentas de ensino a distância, pois elas não geram engajamento, interesse e retenção. Hoje, a EAD é feita de maneira assíncrona ou por videoconferência. É possível capacitar dessa forma, mas não de maneira imersiva e interativa. Apesar de fazerem as aulas, muitos alunos têm dificuldade na retenção do conteúdo abordado”, relata Fernando.

“A Flex, pensando em eliminar essa lacuna, criou o primeiro modelo metaverso de educação, chamado Flex Interativa. É um conceito de comunidade, você cria o seu avatar, há um anfitrião, que capacita o grupo, atividades gamificadas, em um ambiente 3D. Há a possibilidade de premiações aos alunos, reconhecendo a jornada de aprendizado, entre outras experiências”, conta Godoy.

Há, ainda, a possibilidade de aplicação na medicina que, por meio da Realidade Aumentada permitirá que profissionais de saúde andem por salas de cirurgia, vejam modelos 3D dos órgãos de um paciente ou visualizem o crescimento de um tumor dentro do cérebro, por exemplo. Os pacientes, por sua vez, poderão visualizar resultados de cirurgias, ver a progressão do tratamento e até mesmo receber instruções dos médicos.

Na área de games, é possível oferecer uma experiência real, em um ambiente totalmente imersivo, interação com outros jogadores, marcas e construções, e até mesmo compras dentro dos jogos.

 

Na indústria automotiva será possível fazer reuniões com interação virtual entre os participantes e até treinamentos mais robustos, que exigem mais proximidade.

Na área artística podemos citar a importância dos NFTs, que garantem a autenticidade das obras e exclusividade da propriedade.

“Nós temos um parceiro, o Upland, que criou um grande banco imobiliário do mundo real. Ele está mapeando o mundo todo, cidade por cidade, e você pode comprar um terreno no metaverso baseado no mundo real. Já são 18 cidades nos Estados Unidos, Rio de Janeiro e daqui a pouco vem São Paulo, Minas Gerais e Europa. Eles atuam com um faixa etária acima de 25 anos, com poder aquisitivo. É a compra e venda de terrenos virtuais com entrega de experiência, diferentemente de outros games, que atinge o universo infantil. Um dos diferenciais é que a Upland transformou toda a parte complicada da Blockchain em uma interface simples e amigável, eliminando as barreiras de entrada e favorecendo o engajamento”, detalha Fernando.

Como iniciar no mundo do metaverso e NFT?

Diferentemente do que se pensa, não é preciso grande investimento para iniciar no mundo do metaverso e das NFTs.

Com esses quatro passos, você tem uma estratégia:

1)      Awareness

É a presença. Você precisa escolher em qual metaverso vai entrar.

 

2)      Commerce

Nessa fase você faz o lançamento de coleções de NFT, mas precisa ser algo com propósito. É preciso ter em mente o que você vai fazer com esse NFT.

 

3)      Experience

Aqui, você cria a experiência em um ambiente 3D, para entregar algo diferenciado e imersivo ao usuário.

 

4)      Phygital

É a união do físico com o digital. Você compra o NFT de uma marca/empresa e ganha benefício no mundo físico, como assistir a uma corrida, um jogo, um show etc.

“Quando você entende que são esses quatro passos, o processo se torna mais assertivo. Não existe uma ordem certa para realizá-lo. Você pode criar diversas combinações. Mas é exatamente nessa linha que trabalhamos para as marcas que estamos atuando”, explica Fernando.

“O metaverso é um grande MVP, então não foge nada à estrutura de uma startup. O importante é entrar rápido e pequeno. Por que não experimentar? O que impede uma empresa de trazer essa inovação para dentro dela com baixo investimento? Você começa a gerar valor, a possibilitar novas experiências. Hoje, todos estão aprendendo, experimentando, conhecendo. E isso é uma grande oportunidade, pois você já sai na frente. Por que esperar o seu concorrente fazer isso? O investimento é muito baixo para começar a experimentar o metaverso, fazer um NFT e pensar em um benefício. Há muitos paradigmas a serem quebrados, mas quem começa hoje, sai à frente”, finaliza Godoy

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