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Engenharia de Longevidade: o que esperar nessa área?

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Enquanto a taxa de natalidade vem caindo constantemente nos últimos anos, a expectativa de vida vem crescendo frequentemente, como consequência, o número de idosos está ficando maior que o da população infantil.

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos aumentou quase 40% entre 2012 e 2021. A parcela de pessoas com 60 anos ou mais foi estimada em 14,7% da população em 2021. Já as pessoas de 65 anos ou mais atingiram 10,2% da população total. Enquanto isso, o número de brasileiros com menos de 30 anos caiu 5,4% no período.

Segundo uma série de projeções de longo prazo realizadas pelo IBGE, haverá uma desaceleração no ritmo de crescimento e uma consequente inversão da nossa pirâmide etária.

É natural que com a idade cheguem algumas limitações e necessidades. Por isso, contar com soluções inteligentes, que melhorem a autonomia e a qualidade de vida da melhor idade, é um grande diferencial.

É justamente isso que a engenharia de longevidade se propõe. Ela se refere ao uso de princípios e técnicas de engenharia para projetar soluções e melhorias que atendam às necessidades específicas da população idosa, proporcionando um envelhecimento mais seguro, confortável e independente para a terceira idade.

Essa área da engenharia pode abranger diversas frentes, como a adaptação de ambientes residenciais para promover a segurança e a independência dos idosos, o projeto de dispositivos médicos e assistivos voltados para idosos, a melhoria de sistemas de transporte e mobilidade, entre outras aplicações.

Ela também pode envolver a análise de problemas e desafios enfrentados por essa população, como dificuldades de locomoção, limitações físicas e cognitivas, necessidades de cuidados de saúde específicos, para propor soluções, por meio de técnicas de engenharia e inovação tecnológica.

A engenharia geriátrica é uma área que precisa de um trabalho colaborativo envolvendo engenheiros, médicos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais de saúde, tudo para garantir que as soluções oferecidas sejam práticas, eficazes e centradas no usuário.

A engenharia tem desempenhado um papel significativo no desenvolvimento de ambientes inteligentes, conhecidos como “casas inteligentes” ou “casas gerontológicas”. Confira algumas frentes que estão sendo desenvolvidas:

  • Automação residencial

A automação residencial integra sistemas inteligentes com o objetivo de controlar e monitorar diversos aspectos da casa, como iluminação, temperatura, segurança e eletrodomésticos.

Com essas facilidades, os idosos podem controlar de maneira ágil o ambiente de sua casa por comandos de voz, interfaces simples ou aplicativos móveis.

  • Dispositivos médicos inteligentes

Desenvolvimento de dispositivos médicos, que podem ser usados de maneiras simples pelos idosos em suas próprias casas.

Dentre esses dispositivos, estão monitores de pressão, medidores de glicose, aparelhos auditivos avançados e até robôs assistentes que prestam cuidados de saúde.

Dessa forma, é possível monitorar e gerenciar as condições de saúde crônicas, para que os idosos tenham uma vida independente e reduza as idas frequentes ao médico.

  • Acessibilidade e design exclusivo

Design de ambientes acessíveis e inclusivos para os idosos, que sejam facilmente navegáveis, como corrimão, pisos antiderrapantes, banheiros adaptados e portas largas.

Todos os controles e interfaces também devem ser fáceis de usar e intuitivos, por conta de possíveis limitações físicas e cognitivas.

  • Integração de IA e aprendizado de máquina

Essas tecnologias têm um papel cada vez mais importante no desenvolvimento de ambientes de vida inteligentes, pois podem aprender os padrões de comportamento e preferências dos idosos. Com isso, é possível adaptar o ambiente de acordo com as necessidades de cada um. É possível, por exemplo, ajustar automaticamente a iluminação e a temperatura da casa de acordo com as preferências individuais e condições ambientais.

  • Sensores e monitoramento

Está sendo desenvolvida uma ampla variedade de sensores, que monitoram a saúde e o bem-estar dos idosos em suas casas. Assim, é possível detectar quedas, monitorar a pressão arterial, a frequência cardíaca e outros sinais vitais, identificando, inclusive, os padrões de atividades.

Em caso de emergência ou de alterações significativas, os dados coletados são enviados para profissionais de saúde ou familiares, o que possibilita uma resposta rápida.

Laboratório de Tecnologia de Engenharia Geriátrica

O Laboratório de Tecnologia de Engenharia Geriátrica fornece, aos alunos da School of Applied Engineering and Technology (SAET), experimentos práticos para projetar ambientes de vida inteligentes para apoiar a vida independente de indivíduos com mais de sessenta e cinco anos.

O local conta com microcontroladores Arduino e sistemas Raspberry Pi quad core Linux. Sensores, motores, câmeras e outros equipamentos ajudam os alunos a trabalhar em laboratórios de classe para os cursos de “Tecnologia de Engenharia Geriátrica”, “Introdução à Gerontologia”, “Informática Médica I e II”. Todos os cursos contam com um módulo de “Tecnologia da Engenharia Geriátrica”.

O laboratório incentiva os alunos a projetar novos sistemas inovadores e buscar oportunidades de pesquisa, financiamento e comercialização, o que pode trazer grandes ganhos à população idosa.

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