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Detecção de atividade dentro de veículos inteligentes

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A Indústria automotiva está em constante transformação tecnológica, sempre buscando formas de evoluir e reduzir riscos. Com o surgimento da tecnologia 5G, as informações transitam com velocidade ainda maior, baixa latência e alto nível de confiabilidade. Com isso, será possível transformar cada veículo em um gerador de dados para soluções digitais. 

A Internet das Coisas (IoT), irá permitir que um veículo ajuste sua velocidade para evitar semáforos fechados graças à troca de dados entre ele e o equipamento de sinalização. Ou que o motorista saiba onde há mais vagas de estacionamento disponíveis nas proximidades de seu destino. Toda essa tecnologia trabalhará em conjunto com equipamentos de assistência ao condutor já disponíveis nos automóveis mais modernos, para permitir que o motorista desfrute da condução em segurança.

A Bosch, por exemplo, trabalha em um sistema baseado em Inteligência Artificial que irá acompanhar o comportamento dos ocupantes do carro durante todo o tempo em que eles estiverem a bordo. Por meio de uma câmera que cobre todo o interior do automóvel, o equipamento poderá detectar se o condutor mostra sinais de cansaço, distração, sonolência etc.

Assim, o sistema desenvolvido pela empresa alemã detecta se as piscadas do condutor se tornam mais demoradas, se estão distraídos ou olhando para o banco traseiro com o carro em movimento e, em conjunto com o sistema de condução autônoma, soa um alerta e reduz a velocidade ou sugere uma pausa na viagem se for necessário. 

Especialmente no caso de direção automatizada, as câmeras internas são importantes e até prescritas por lei em países como a Alemanha. Um novo sistema desenvolvido pelo Instituto Fraunhofer de Optrônica, Tecnologias de Sistema e Exploração de Imagem (IOSB) é o primeiro do mundo a ser capaz de usar dados de imagem para tirar conclusões sobre a atividade do motorista e analisar a rapidez com que ele seria capaz de assumir o controle do veículo.

Os pesquisadores do Fraunhofer IOSB estão se concentrando na interação entre o motorista e o veículo. Os algoritmos analisam os dados da câmera em tempo real para descobrir se o motorista está ao telefone, brincando com as crianças ou olhando o celular do passageiro. A tecnologia IOSB, portanto, vai além do reconhecimento de imagem e interpreta as atividades no contexto. 

O sistema abstrai imagens do motorista ou passageiros e deduz a atividade usando o movimento esquelético e o reconhecimento de objetos suplementares. Dessa forma, os algoritmos podem dizer se alguém está dormindo ou olhando para a rua, o quão distraída a pessoa está e quanto tempo ela levará para voltar a se concentrar na estrada. O sistema é compatível com câmeras de vídeo tradicionais e câmeras infravermelhas que podem enxergar no escuro, bem como câmeras 3D que medem a distância entre os objetos e a câmera. Simulando situações de trânsito, ele forma a base para a coleta de dados relevantes sobre direção e comportamento. 

Um novo regulamento da União Europeia destaca a importância da detecção de atividades e mostra que o monitoramento do motorista se tornará obrigatório em carros automatizados, independentemente do seu nível de automação. Usando a tecnologia Fraunhofer IOSB, os fabricantes de veículos podem não apenas atender a esse requisito, mas também tornar realidade diversas visões em termos de direção autônoma.

Além das poses corporais de todos os passageiros, o sistema de monitoramento de ocupantes desenvolvido pela Fraunhofer IOSB também detecta atividades e objetos associados. Ele possui um simulador de direção equipado com amplos sensores no interior do veículo, que foi projetado especificamente para a realização de estudos e coleta de dados.

Os pesquisadores têm lidado com questões relacionadas à detecção de atividade no interior de veículos em inúmeros projetos de pesquisa, colaborando com renomadas montadoras como Audi e Volkswagen, além de fornecedores como Bosch e Continental. Os projetos foram apoiados pelo Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa (BMBF), pelo Ministério Federal Alemão para Assuntos Econômicos e Energia (BMWi) e pelo Ministério Federal de Transporte e Infraestrutura Digital (BMVI).

No que diz respeito aos aspectos de proteção e segurança de dados, os pesquisadores fizeram disso uma prioridade desde o início. Segundo Pascal Birnstill, Cientista Sênior da Fraunhofer IOSB, os dados das câmeras são analisados ​​em tempo real, não são salvos e não saem do veículo em nenhum ponto. Modelos personalizados também não são necessários para isso, portanto, nenhum dado pessoal é coletado. A tecnologia respeita a privacidade desde o início e, portanto, está em conformidade com os regulamentos rígidos e alto nível de conscientização sobre proteção de dados na UE.

No Brasil, os modelos mais avançados de dash cams, próprios para o uso profissional, também são chamados de câmeras veiculares, câmeras automotivas e até mesmo de safe cams. As câmeras veiculares servem tanto para reforçar a segurança quanto para gravar em vídeo um trajeto, uma viagem, e até mesmo para registrar imagens para um trabalho audiovisual, como um filme. Essas particularidades técnicas fazem das dash cams câmeras adequadas para serem instaladas na parte interna ou externa de veículos e também ferramentas úteis aos motoristas e gestores de frota.

O sensor de fadiga funciona por meio de Inteligência Artificial, tecnologia cuja programação possibilita entender o padrão de conduta normal do motorista e identificar os momentos em que o condutor está sonolento, cansado ou distraído. Essa percepção é possível por meio da leitura de expressões faciais e movimentos. Além de monitorar a via, o sensor de fadiga acompanha comportamentos, como piscadas, sorrisos e bocejos, e movimentos como utilização de um smartphone ou atenção a outras áreas do veículo, o que pode sugerir distração.

Mais importante do que a identificação do problema, no entanto, é o alerta que fazem os sensores. Ao perceber que o motorista precisa de um descanso, o sistema emite um sinal sonoro e visual para despertar sua atenção. A central de comando na transportadora também é avisada sobre o fato, em tempo real, e pode se comunicar com o condutor para sugerir uma pausa.

O dispositivo serve, antes de tudo, para proteção. Afinal, ao acompanhar o estado do condutor e emitir alerta quando necessário, a empresa preza por sua integridade física e pode salvar vidas. A proteção também é válida para o veículo, demais bens patrimoniais da empresa e a carga transportada, naturalmente. Evita-se, assim, gastos desnecessários e até uso não sustentável de combustível.

Empresas que utilizam sensores de fadiga em sua frota podem também otimizar sua gestão. Afinal, os dados sobre as rotas ajudam na tomada de decisões melhores e reduz riscos. Sem o sistema, portanto, fica mais difícil identificar o problema e investir em ações para solucioná-lo. Empresas com dados podem, por exemplo, estudar os perfis dos motoristas e, assim, indicá-los a rotas onde esses profissionais sintam menos fadiga, distração ou sono. Assim, age-se preditivamente na prevenção de acidentes e problemas associados.

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