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A verdadeira inovação é aquela que ilumina sem deixar ninguém no escuro

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A transformação digital avança em ritmo acelerado no Brasil. A chegada da Indústria 4.0, o uso crescente de inteligência artificial, big data e serviços em nuvem estão impulsionando a construção de data centers em todo o país. 

Esse movimento posiciona o Brasil como um dos principais polos tecnológicos da América Latina. No entanto, por trás dessa revolução silenciosa, existe um desafio importante — e pouco discutido: o consumo energético dessas infraestruturas.

Continue a leitura para saber mais.

Consumo de energia sem precedentes

Data centers são verdadeiros centros neurálgicos da era digital, mas para funcionar, demandam energia em níveis impressionantes. 

São operações que exigem refrigeração constante, equipamentos de alta performance e funcionamento ininterrupto. 

Para se ter uma ideia, um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), do início de 2024, estimou que o consumo de energia em centros de processamento de dados no mundo, que foi de 460 terawatt-hora (TWh) em 2022, pode chegar a 1.050 TWh em 2026 com o avanço da IA. 

Energia, equilíbrio e engenharia: o desafio por trás dos data centers

Em um país com desigualdades energéticas históricas, esse cenário levanta uma questão delicada: como expandir a infraestrutura digital sem agravar a pobreza energética em regiões mais vulneráveis? É um equilíbrio complexo entre progresso tecnológico e responsabilidade social.

Segundo dados da Associação Brasileira de Data Centers (ABDC), o Brasil está se tornando um polo latino-americano de data centers, com 60 já instalados e mais 46 planejados.

Nesse contexto, o papel da engenharia — e do engenheiro — ganha ainda mais relevância. A busca por soluções sustentáveis, como o uso de fontes renováveis, sistemas inteligentes de refrigeração e arquitetura eficiente, deve estar no centro da agenda dos profissionais envolvidos na concepção e operação desses centros.

Caminhos sustentáveis para a expansão digital

Um dos caminhos mais promissores está na diversificação da matriz energética dos data centers. Investir em fontes renováveis — como solar, eólica e biomassa — pode reduzir significativamente o impacto ambiental dessas operações e aliviar a pressão sobre a infraestrutura energética local.

Outra solução é o desenvolvimento de sistemas de refrigeração mais eficientes, que utilizem menos energia sem comprometer a segurança dos equipamentos.

Tecnologias como free cooling, que aproveitam o ar externo para resfriamento, ou o uso de inteligência artificial para otimizar o desempenho energético em tempo real, já são realidade em países como o Japão — e podem ser adaptadas à realidade brasileira.

Digitalizar o futuro exige pensar com profundidade

À medida que o Brasil consolida sua posição como hub latino-americano de data centers, torna-se essencial refletir sobre os impactos indiretos dessa revolução digital. 

A demanda crescente por conectividade, processamento e armazenamento de dados não pode ignorar as desigualdades estruturais que ainda persistem em muitas regiões do país.

Digitalizar o futuro exige pensar com profundidade. E, mais do que nunca, a tecnologia precisa caminhar de mãos dadas com a consciência energética. Afinal, a verdadeira inovação é aquela que ilumina sem deixar ninguém no escuro.

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