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10º Simpósio Internacional de Excelência em Produção debate Indústria 4.0 para PME’s e fábricas autônomas

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Aconteceu na manhã de hoje (11), a 10ª Edição do Simpósio Internacional de Excelência em Produção, realizado pela VDI-Brasil. O evento reuniu e conversou com tomadores de decisão sobre implementação de projetos com o conceito da Indústria 4.0, de empresas de diferentes portes e setores.

Dividido em dois painéis, o encontro abordou os seguintes temas: ‘Transformação Digital para Pequenas e Médias Empresas’ e ‘Fábricas Autônomas’. Além dos painéis e da troca de experiências, também foi realizada uma visita virtual à uma fábrica da BASF em Guaratinguetá / SP.

O Presidente da VDI-Brasil, Mauricio Muramoto, foi o responsável pela abertura do evento. Em sua fala inicial, Muramoto destacou a importância de eventos como esse para o andamento do setor e a influência da VDI no cenário global da engenharia. “Promover e debater a engenharia por meio de compartilhamento de conhecimento e experiências pode fortalecer o ramo no Brasil, que precisa de um impulso, visto alguns dos reveses do setor nos últimos anos”.

Transformação Digital para PME’s

Muitas pessoas associam Transformação Digital a investimentos altos em equipamentos e sistemas complexos que revolucionam as fábricas, algo inviável para pequenas e médias empresas. Neste painel, composto por diretores industriais de PME ‘s alemãs, foi abordado sobre como é possível implementar a digitalização para empresas desse porte.

Participaram do debate, Ferdinand Senske, Vice-Presidente de Operações da Vulkan, Glauco Bersonette, Especialista de Operações da Gühring, Renato Mana, Diretor Industrial da Wika, e Bruno Diniz, Gerente Industrial da Schmersal, que moderou a discussão.

Propor e estabelecer um novo cenário tecnológico ao cotidiano das empresas é um grande desafio, e portanto, deve ser encarado como tal. Para alcançar um estágio de digitalização avançado e com bom funcionamento, é preciso traçar um planejamento estratégico.

“É extremamente importante mapear todos os processos e fazer um orçamento assertivo para viabilizar a digitalização. Esse processo pode ser feito em pequenos passos, dividido em processos menores. A digitalização não está ligada necessariamente ao maquinário. À princípio, pode-se pensar em projetos e investimentos menores para depois expandir e viabilizar cada vez mais processos digitais” disse Renato Mana, do Grupo Wika.

Em complemento, Glauco Bersonette, da Gühring, pontuou a necessidade de saber o estágio atual da empresa para que os próximos passos fiquem claros e as ações sejam realizadas com precisão. “Ter uma visão da situação em que a empresa se encontra no momento é fundamental para criar um ambiente organizacional propício para mudanças. Ter uma estrutura para iniciar essa trajetória é a base para a transformação digital acontecer de maneira mais fluída”, destaca.

Já Ferdinand Senske, da Vulkan, contou sobre como a empresa conseguiu melhorar a produtividade e reduzir custos por meio da aquisição de uma impressora 3D de baixo custo. “Sempre pensamos que a manufatura aditiva era uma alternativa inviável por conta do investimento, mas com um equipamento simples, semi-profissional, conseguimos enxergar alguns componentes que poderiam ser aplicados nos produtos, além de outras ações que abriram um leque de possibilidades e melhorou significativamente a produção”. Os resultados positivos proporcionaram a criação de um centro de manufatura aditiva na empresa.

Para encerrar o primeiro painel do dia, Bruno Diniz, da Schmersal, evidenciou o ponto chave para as PME ‘s que estão em processo de implementação da transformação digital. “Quando falamos em digitalização, muitas vezes a simplicidade acaba se perdendo, porém ela é essencial para melhorar a produtividade. Precisamos pensar no que realmente importa para a realidade da empresa e não confundir desejo com necessidade”.

Fábricas Autônomas: realidade ou utopia?

O segundo painel do evento teve como base a questão ‘Fábricas Autônomas: realidade ou utopia?’ e contou com a presença de Julio Monteiro, Diretor Industrial da Bosch, Rafael Gazi, Head de Indústria 4.0 da Mercedes-Benz, e Robert Madersdorfer, Diretor Industrial da LANXESS, o painel foi moderado por José Borges, Diretor de Inovação da Siemens e Vice-Presidente da VDI-Brasil.

As fábricas autônomas possuem diferentes definições. De modo geral, pode-se dizer que são aquelas em que as atividades são realizadas de maneira independente e as decisões são tomadas por inteligência artificial em sistemas auto adaptáveis. Para muitos esse cenário é considerado fora da realidade.

Muitas das tecnologias da Indústria 4.0 são fundamentadas em dados que são coletados e utilizados para a tomada de decisões. Para Rafael Gazi, da Mercedes-Benz, os dados são a base para as fábricas autônomas, porém é preciso interpretá-los corretamente. “Os dados contam uma história, cabe a nós engenheiros lermos e entendermos o contexto para entender o problema e desenvolver a solução, tudo deve ser analisado nesse sentido, não só os equipamentos e sistemas mas também todo o ambiente da fábrica”.

Ainda sobre os dados, Robert Madersdorfer, da LANXESS, ressaltou que, ainda que o assunto seja automação, o envolvimento do ser humano é essencial para garantir processos éticos. “Analisar e processar dados com Inteligência Artificial já é possível nos dias de hoje, não é algo futurístico, porém precisamos nos atentar com a questão do viés algorítmico para que não sejam reproduzidas ações antiéticas. Nesse ponto a participação do homem é fundamental”.

Na sequência, Julio Monteiro, da Bosch, falou sobre como a liberdade para propor novas ideias e projetos é um item importante para o progresso da indústria. “Na Bosch, nós temos um time específico para trabalhar com inovação, nós motivamos a equipe para trazer soluções e aplicamos metodologias ágeis para avaliar se elas são viáveis e aplicáveis em nossos processos. Muitas das tecnologias que revolucionam a indústria surgem desse tipo de iniciativa, a cultura da inovação deve ser estimulada para conseguirmos melhores resultados”.

Por fim, José Borges, da Siemens, concluiu o painel com o seu panorama em relação à questão proposta no tema da discussão. “Não podemos dizer que fábricas autônomas são uma utopia, pois ‘utopia’ representa algo impossível e automação envolve ciência, e ciência trabalha com possibilidades reais. No entanto, a solução não é tão simples, há muitos fatores além do ambiente interno das fábricas que deve ser considerado”.

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