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Por que os engenheiros devem usar o agronegócio para empreender?

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O empreendedorismo está cada vez mais forte no mundo e, no Brasil, a tendência está transformando diversas áreas, entre elas a engenharia. Há alguns anos, pouco se falava sobre empreendedorismo entre os engenheiros, mas, em um cenário de crise econômica, foi necessário reinventar o setor e mudar o foco de atuação para algo bastante rentável: o agronegócio.

O agronegócio tem um papel extremamente importante para a economia brasileira. É responsável por 23,5% do BIP do país, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim do ano passado ano passado. Este foi um dos poucos setores que permaneceu sem grandes impactos após a crise econômica pela qual o país passou e se recupera atualmente.

É em um setor como este que os olhares empreendedores devem mirar. E empreendedorismo não se trata apenas de abrir um negócio e assumir riscos. Hoje, empreender tem um novo significado, mais amplo, que se refere à introduzir novidade em algo.

Empreender é uma tarefa difícil, mas que têm conduzido muitos jovens engenheiros a buscarem a realização pessoal antes de uma carreira em grandes empresas. Trata-se de uma mudança de ideais.

Mas como podemos fazer com que os engenheiros olhem para o agronegócio como uma potencial área para criar novos negócios e inovar?

Papel estratégico da agronomia e engenharia

Tanto a agronomia como a engenharia são fundamentais para o desenvolvimento do país, porque criam vantagem competitiva e qualidade de vida. A engenharia tem o papel de fazer com que produtos de base sejam transformados e tenham mais valor agregado e, a agronomia, contribui para a qualidade de vida e é a principal fonte de geração de riqueza do país.

Como uma pode complementar a outra? Simples, através de inovações que melhorem processos, aumentem a produtividade e ampliem o conhecimento científico, fundamental para gerar competitividade.

Hoje a tecnologia já permite que usemos a agricultura de precisão fazendo análise e correção de solos, irrigação, mecanização agrícola e controle de pragas. Além disso, já existem, também, sistemas de informação para controle de risco, armazenamento e transporte.

Sólido ecossistema e centros de excelência em pesquisas

Desde 1970, a Embrapa impulsionou o Brasil e o tornou um dos líderes mundiais em tecnologias para agricultura. Com isso tivemos muito incentivo para pesquisa no setor. Além da Embrapa, há outros diversos centros de pesquisa que impulsionaram a tecnologia dentro do agronegócio e fizeram o setor crescer e ganhar tal relevância no mundo a fora.

Muitas universidades brasileiras que se consagraram como centros de excelência em pesquisa sobre o agronegócio também têm tido um papel importante no incentivo ao empreendedorismo entre os engenheiros, mas ainda há lacunas a serem preenchidas nos currículos.

“Os principais gaps das instituições brasileiras de ensino superior com relação à formação dos engenheiros é o ensino de habilidades sistêmicas e das habilidades pessoais, referidas às vezes como softskils. A aptidão para trabalhar em empreendimentos multidisciplinares de forma colaborativa ainda é abordada informalmente no ensino da Engenharia e, acredito, em outras áreas de conhecimento. Capacidade de entender e incorporar tecnologia é um fato, a transformação da tecnologia e do conhecimento em fatores habilitadores para o sucesso do empreendimento pela integração entre recursos, cultura e estruturas empresariais ainda é pouco abordado de forma aplicada na educação do engenheiro”, comenta o Professor e Pesquisador do Instituto Mauá de Tecnologia, Ari Costa.

Todos esses esforços fizeram com que nosso mercado se fortalecesse e se estruturasse. Há hoje diversas empresas multinacionais do agronegócio que se beneficiam do nosso sólido ecossistema e muitos empreendedores podem pensar em tecnologias direcionadas à elas.

O avanço da tecnologia no campo

De acordo com os dados do NIC.br, a internet brasileira alcança 61% das pessoas com mais de 10 anos, o equivalente a 107,9 milhões de usuários. Mas o grande desafio ainda é melhorar a conexão nas áreas rurais em que apenas 39% das pessoas navegam na rede, enquanto o índice chega a 65% nas cidades.

Apesar da baixa infraestrutura, muitos agricultores estão vencendo a barreira cultural. Um estudo feito pela agência HYP Digital mostra que, de 10 produtores rurais brasileiros, 7 acessam a internet.

Esse pequeno detalhe abre portas para aplicação futura de recursos como Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Computação em Nuvem, sensores de monitoramento e rastreamento. Há startups que já identificaram essa brecha e hoje levam ao produtor rural uma série de serviços que há pouco tempo seriam impensáveis ou que só poderiam ser feitos por grandes produtores.

O avanço da tecnologia possibilita que os engenheiros criem soluções para os produtores menores. Nem sempre é necessário mirar em tecnologias para grandes empresas ou que exijam um alto valor de investimento. Soluções simples, podem atingir muito mais pessoas.

Melhora a concorrência e têm grandes chances de saída

Como temos um bom ecossistema de agronomia, bons centros de pesquisa e um vasto mercado, é possível criar diversos tipos de inovações. O empreendedor abre empresa, gera emprego e aumenta o PIB e, por isso, é tão necessário. Além disso, quanto mais engenheiros entram para o mundo do empreendedorismo no agronegócio, mais concorrência se gera, tanto entre empresas brasileiras, como entre empresas brasileiras e estrangeiras.

O empreendedor deve pensar sempre que além de ser algo inovador, aquilo que ele cria ou entrega tem que ter um custo viável e satisfazer as necessidades dos consumidores. Poucos engenheiros pensam na parte comercial, mas ela é essencial para o empreendedorismo, pois sem ela, a sua criação pode nunca conquistar o público. O mercado é agressivo e todo dia temos alguém colocando algo novo para suprir nossas necessidades, por isso é muito importante pensar na saída da sua criação para o público.

Segundo a pesquisa “Causas da Mortalidade de Startups Brasileiras”, desenvolvida pela Fundação Dom Cabral (FDC) e divulgada em 2014, 25% das startups brasileiras morrem antes de completar um ano de vida e 50% não ultrapassam quatro anos de operação. Uma das razões para esse quadro, na avaliação do CEO e fundador da ProHauser, Fabrício Silva, é que nem sempre os fundadores dessas empresas têm noção do que encontrarão pela frente e acabam percebendo que ter uma boa ideia não é tudo.

Para se aprofundar e entender como os engenheiros podem empreender mais, participe do nosso cluster de Digitalização na Indústria, que debate as tecnologias digitais para o futuro da indústria no Brasil.

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